sábado, 11 de junho de 2011

Dia dos namorados


 O amor está no ar. As estrelas estão brilhando, a lua cheia ilumina todo o ambiente, os lobos estão uivando e... Opa, esse é o cenário do clipe Thriller...

Mas vocês entenderam o que eu quis dizer. É a época dos pombinhos, dos apaixonados, porque vem ai o dia dos namorados. Pois é, se você ainda não comprou seu presente, preparou o roteiro do dia e se programou, não deixe para a última hora. Se você vai passar o dia com seu amor, divirta-se! Se vai aproveitar a data para declarar-se, boa sorte! E se você não vê a hora dessa data passar para seus amigos pararem de te lembrar o tempo todo que só você ficou para titia (titio), bem vindo ao clube!

Afinal de contas, quem precisa comemorar uma data errada que remonta a um santo que nunca existiu? Como assim? Calma, não é dor de cotovelo da minha parte. Você vai entender isso em instantes...


São proibidos os casamentos

A origem da história por trás do dia dos namorados remonta ao Imperador Cláudio II, que foi o mandachuva em Roma entre os anos de 260 e 268. Entre as coisas que ele fez, destaca-se a proibição oficial de todos os casamentos, o que é uma bela prova de que ele não fez lá muita coisa...
A idéia ao proibir as pessoas de se casarem tinha fins militares: Segundo sua lógica, homens solteiros seriam melhores combatentes do que os casados.

Claro que todo imperador que se preze tem algum súdito rebelde para desobedecer suas ordens. No caso do Claudião, era um padre, ou um bispo, dependendo da versão da história que te contarem, chamado Valentim. Seja lá qual fosse seu título, lhe dava poder para declarar as pessoas marido e mulher, e foi isso que ele continuou fazendo as escondidas... Até a casa cair.

Descoberto, torturado e condenado a morte, Valentim passou seus últimos dias preso em uma cela esperando a morte chegar. E foi lá que ele apaixonou-se pela filha de seu carcereiro. Aliás, não apenas ela, como todas as moças apaixonadas da região lhe mandavam cartas incentivando-o e dizendo que o amor era uma causa pela qual valia a pena morrer (ele devia pensar algo do tipo “ótimo, mas tomar o meu lugar, ninguém quer né?”). Voltando a filha do carcereiro, ela, cega, teria voltado a enxergar. O poder do amor? Não se sabe. Só o que se diz é que Valentim assinou sua última carta para ela, uma carta de adeus, dizendo “De seu namorado”, e finalmente foi assassinado. Por essa luta até o fim de sua vida pelo direito de amar, convencionou-se homenagear São Valentim comemorando o dia dos namorados no seu aniversário.

Tudo muito lindo, menos um detalhe...

Três homens e um destino.

Calma, não é aqui que a postagem vai ficar inadequada para moralistas e menores de idade. Mas é aqui onde era se tornará questionadora. Aliás, nem precisamos questionar nada, já que quem deveria confirmar, na verdade, questiona. Hein?

Pois é. A posição oficial da Igreja Católica sobre São Valentim é... Não ter uma posição oficial. Ou melhor, eles até tem, e as notícias não são muito boas para os românticos mais conservadores: Num levantamento divulgado em 1969, a Igreja assumiu que não há nenhum tipo de provas concretas de que tenha realmente existido um São Valentim.

A divergência se dá porque nas listas mais antigas de mártires da Igreja Católica, constam os nomes de pelo menos 3 Valentim's. O problema é que dos 3, nenhum viveu em uma época ou região sequer aproximadas de onde as lendas dizem que o São Valentim dos namorados viveu. Para piorar, mesmo sobre esses as informações são muito escassas. Porém, algumas (poucas) pistas levam a solucionar o mistério: Tudo indica que o São Valentim “fictício” surgiu da união de um São Valentim morto e torturado na África, um que se apaixonou por uma moça cega e um terceiro que realizava matrimônios as escondidas...


Datas e mais datas

Falando nisso, a lenda ainda instituiu um aniversário para São Valentim: 14 de fevereiro. É nessa data que, até hoje, o dia de São Valentim, e consequentemente, dos namorados, é celebrada no mundo inteiro. Mas como você decide que dia nasceu um cara que na verdade são 3 caras diferentes, e ao mesmo tempo, não é nenhum deles? Procura inspiração em outros lugares, claro!

Muito antes até do Cristianismo existir, já havia uma festa celebrada entre 14 e 15 de fevereiro em Roma, as chamadas Festas Lupercais. A data era comemorada em honra de Juno, nada menos do que a esposa de Júpiter, deusa da mulher e... Do casamento. A festa acabaria por ser extinta com o passar dos anos e o iminente enfraquecimento da crença das pessoas nos deuses das mitologias romanas e gregas, e foi do Papa Gelasio I a idéia de reviver a comemoração mais romântica de Roma. A já difundida história sobre São Valentim caiu bem a calhar para popularizar a idéia.

14 de fevereiro marca ainda o dia que, segundo a lenda, os pássaros começam a se acasalar no hemisfério norte. Data perfeita para os pombinhos se juntarem, certo?

Não tem nada errado ai?

Se a data é comemorada no dia 14 de fevereiro no mundo inteiro, então por que cargas d'água você compra presentes pensando no dia 12 de junho? Uma palavra: Grana.

Junho é tradicionalmente um mês onde os negócios tendem a não ir muito bem, enquanto fevereiro, próximo ao Carnaval, tende a ser um mês financeiramente mais agitado por aqui. Quando João Dória, o publicitário a quem se atribui a idéia de comemorar o dia dos namorados ao Brasil, pensou no lado comercial da coisa, ele logo viu que não seria interessante um dia dos namorados em fevereiro. Junho foi um mês que veio bem a calhar, não só por ser um mês parado, já que há outros meses assim, mas também pelo fato de ser o mês onde se comemora o dia de Santo Antônio, o santo que no Brasil e em Portugal tem fama de casamenteiro.

Esse fato mostra, contudo, a tendência do dia dos namorados a se espalhar pelo globo e a crescer. Antes comemorado apenas em países anglo-saxões, hoje já está difundida na maior parte dos países do globo. Uma tendência natural. Afinal, o amor é universal...  

Um comentário:

  1. Humm interesante mais não entendi, no mundo inteiro o dia dos namorados é em 14 de fevereiro?

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