domingo, 26 de julho de 2015

Família Tradicional: Salvem os Fliperamas!

Não haviam garotas assim lá, no entanto
Essa postagem não tem a intenção de ofender ninguém, tem caráter irônico que visa atingir justamente o conservadorismo de parte da sociedade, além de ser uma pequena brincadeira. Melhor avisar desde já pra não ser mal interpretado. Novamente: Essa postagem se trata de uma BRINCADEIRA sem a intenção de ofender ninguém.
Sabe galera, as pessoas fizeram tanto drama quando a novela estreou com as duas tiazonas lá dando uns pegas, que isso era "o início da ditadura gay", "uma ofensa aos valores da família", "estão tentando influenciar nossos jovens" e tudo o mais, sem perceber que, como diria o Capitão Nascimento, o inimigo deles era outro.
Se há algo que vem influenciando as novas gerações a serem homossexuais não é a novela. É o fim dos fliperamas de rua!
Vamos refletir, e a turma dos anos 90 sinta-se livre pra me corrigir caso eu esteja errado: Como era um fliperama de rua?
Brutal: A partir do momento em que você entrava num fliperama, você estava lá para lutar pela sua vida. Seja de forma figurativa - cada vida ali custava R$ 0,25 - ou as vezes de forma literal - muitos fliperamas também eram botecos não muito bem frequentados.
Sujo: No fliperama não havia lugar pra unha com base ou perfume O Boticário. O lugar fedia a cigarro, a máquina era gordurosa, o cinzeiro soldado na maquina era asqueroso e a estufa vendendo ovo colorido não era muito amigável também. E o banheiro, melhor nem falar desse.
Sagaz: Um homem precisa agir como tal. No fliperama era preciso aprender a não ter medo de cara feia, seja do cara esperando você desocupar a maquina ou aquela encarada marota do sujeito que acabou de colocar uma ficha e entrar contra. Você precisava ter peito pra prender o Ryu do moleque maior e mais velho na parede, mesmo sob o risco de tomar uns cascudos.
Insano: A vida não é fácil. Há dezenas de dias ruins pra cada dia bom. Há milhares de desafios na vida de um homem. Você vai ter que ralar muito pra chegar lá. Não tem almoço grátis. Ghosts 'n Goblins, Asteroids, e mais outros tantos jogos, eram exatamente como a vida: Quase impossíveis, mas recompensadores.
Capitalista: Vocês podem não acreditar mas eu conheci gente que pedia dinheiro no semáforo pra jogar no fliperama. Ou juntava latinha. Ou fazia pequenos serviços pra vizinhança. O fliperama ensinava também que o dinheiro e consequentemente a diversão vem do trabalho duro. Pra muitos, um exercício de Meritocracia em sua melhor forma, antes, durante e depois do jogo.
Espaço pra camaradagem: Um homem nada é sem seus amigos. Amizade masculina geralmente envolve coisas que as mulheres não podem entender. Envolve Cadillacs e Dinossauros, por exemplo.
Destemido: A molecada hoje em dia se decepciona e desiste fácil de suas namoradinhas porque não aprendeu que é preciso se esforçar e fazer loucuras por uma mulher que vale a pena, ainda que isso envolva derrotar gorilas atiradores de barris, Fantasmas e Goblins, ninjas nova iorquinos... Um homem que cresceu num fliperama é um homem que nunca vai deixar uma mulher na mão.
Respeitoso: Com as mulheres. Quem jogou Golden Axe sempre soube o quanto uma mulher pode literalmente te fritar quando está nervosa. No fliper você aprendia a respeitar as mulheres, pois elas são ágeis e geralmente muito habilidosas com magias. E ainda podem tabelar nas paredes, via de regra. Elas não são apenas donzelas em apuros, e nos fliperamas muitos aprenderam isso do jeito doloroso.
Competitivo: Não era apenas questão de vencer o jogo. Era por as suas iniciais naquela droga de máquina. Era mostrar que o Zangieff não é ruim - vocês que são patos. Não bastava vencer, precisava do Fatality.
Masculino: Eu vou apenas dar o contexto do clássico OutRun: Você, uma Ferrari Testarossa, sua bela namorada, uma estrada paradisíaca e um dia ensolarado. Dirija o mais rápido que puder e siga a direção que achar melhor. Tente não capotar. Na boa, como pode alguém que jogou isso não ser heterossexual até o último fio de cabelo?
A verdade nua e crua, meus caros, é que eu nunca vi um campeão de Street Fighter gay.
Fliperamas de rua eram verdadeiras fazendas de masculinidade. Com o fim deles, as crianças estão crescendo sem direção. Nao conhecem a musiquinha masculina do Guile, não aprenderam a fazer drift no Daytona USA, não atiraram em invasores alienígenas, e uma porção de outras coisas que todo homem precisa saber fazer.
Na antiguidade um menino precisava matar uma onça pra se provar homem. Alguns anos atrás, os fliperamas assumiram esse papel de rito de passagem. E hoje? Pois é... Apenas pense nisso: Existia Jean Willys no tempo dos fliperamas? Eu acho que não.

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