segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sinceridade



 Quantas mentiras você fala por dia? Somos ensinados, cobrados, e socializados de forma a pelo menos tentar evitar as mentiras. Todos mentimos. Muito. Todos os dias. E as vezes é necessário: Tem momentos na vida que para o bem de todos, o melhor é mentir. O importante é saber dosar.

Mas não estou aqui para falar sobre mentira e sinceridade. Estou aqui para falar de um restaurante. Um restaurante no coração financeiro da América Latina. Onde a sinceridade impera absoluta entre as garçonetes. Inclusive, quando tudo que você não deve, é ser sincero...


Não era um dia muito quente. Também não era um dia frio. Era um dia de temperatura mediana. Mediano, no entanto, não era o tamanho, nem a empolgação daquele grupo de jovens que procurava um lugar para comer na região, região sofisticada, compreendendo a área onde o dinheiro acontece em São Paulo, com calçadas limpas e senhoras idosas caminhando felizes da vida com seus cachorros de raças excêntricas, indo e vindo em direção a Avenida Paulista ou a 23 de Maio.

Escolhido o restaurante para o rango, entraram, sentaram-se, foram prontamente atendidos por uma garçonete, que verdade seja dita, fazia o possível para demonstrar cordialidade. Todos escolheram seu prato, ou quase todos. A bem da verdade, houve apenas um cara (que, seja esclarecido, estava de ressaca e achou as comidas do restaurante pesadas) que saiu do lugar e resolveu ir comer em outro estabelecimento, separado do grupo, além de uns poucos outros que se perderam no caminho. Fora isso, era um típico grupo de jovens, numeroso, almoçando. Quando um comentário corta o ambiente:


“O que é isso?” - Questiona uma voz feminina.

Era óbvio que ela sabia o que era aquilo. Só se recusava a acreditar no que via. Um pêlo, de brinde, na sua comida. Tudo para estragar sua fome, e possivelmente diminuir a de outros presentes, embora ninguém tenha sido macho de admitir isso (por que para admitir que você perdeu a fome só por que tinha um pelinho na comida de uma outra pessoa, num grupo de jovens, é preciso ser muito macho).

A reação, obviamente, foi reclamar com a garçone. Ou no mínimo informá-la do caso, e ver qual seria sua reação. Segue o diálogo, que é o grande objetivo da postagem, que tive que enrolar, contar todo o contexto, até desnecessário, para incorpar a postagem e não deixá-la muito vaga (sim, estou no clima da sinceridade também).

    - Moça... Tem um pêlo na minha comida...
    - Deixe-me ver... Errr... Isso não é um pêlo! - Afirmou, convicta, a garçonete
    - Como não? - Olhou, estupefata, a jovem “premiada”
    - Isso é um cabelo...

Sinceridade e transparência. A alma do negócio. Uma ótima maneira de se conquistar os clientes. Mas use-a com moderação.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens mais visitadas