segunda-feira, 23 de abril de 2012

Economizando a bateria do Android

Quando os primeiros celulares chegaram ao Brasil, ninguém imaginava que um dia aqueles telefones fariam  coisas dignas de deixar os Jetsons no chinelo, pelo menos não em um futuro palpável para aquela geração que estava sendo introduzida a um aparelho que não era capaz sequer de enviar uma simples SMS. Mas o futuro estava batendo na porta.
 Quem viveu essa longínqua era dos Startac’s Peg&Fale e sobreviveu pra contar a história (como eu), assistiu de camarote os telefones móveis evoluírem, adquirirem funções de Pager, displays coloridos, conexão com a internet, câmera, e se tornarem inteligentes. Em um intervalo de tempo ridiculamente curto, até o mais simples dos celulares do mercado tornou-se capaz de fazer o que ontem era ficção científica.

Muitos aparelhos ficaram tão chicosos que nem querem mais ser chamados de celulares, preferem a alcunha de Smartphones. Surgiram até sistemas operacionais completos para celular, cada dia mais populares, como o android, ao qual esse humilde blogueiro rendeu-se à pouquíssimo tempo. E realmente o robôzinho faz maravilhas, como o prometido. Para muita gente o Android foi Deus (ou o Google) se fazendo celular e entrando nos nossos bolsos. Para outros, especialmente usuários não tão geeks, algumas coisas podem  frustrar, pelo menos num primeiro contato. Só uma coisa desagrada a todos: A bateria.

Antes de mais nada, uma coisa tem que ficar bem clara: A bateria do seu Smartphone não vai durar tanto quanto durava a bateria do seu Nokia 1100. Isso por um motivo simples: Seu celular hoje acessa a internet de alta velocidade, roda jogos, videos e outras aplicações em HD (algumas conectando à internet enquanto trabalham), entre uma porção de coisas que os celulares comuns não fazem. Além disso, seu celular também tem processadores e outros componentes tão poderosos quanto os da maioria dos PC's atuais. E isso tudo consome muita bateria. O Smartphone é espetacular, mas a bateria não. Na verdade, a bateria de um Smartphone (e de quase todos os celulares da atualidade, smarts ou não) não é TÃO melhor do que as baterias dos celulares comuns de alguns anos atrás. Celulares que no máximo tiravam fotos e olhe lá...


Mas isso não quer dizer que você não possa melhorar isso, e fazer a sua bateria durar algumas horinhas a mais. Existem alguns procedimentos simples que podem te ajudar com isso, uma vez que um smartphone típico não é tão smart assim quando se trata de gerenciar a própria energia. Então a seguir vão algumas dicas básicas de como economizar energia sem desperdiçar o seu dinheiro. Afinal você não gastou uma fortuna no Smartphone só pra mandar sms e receber ligações, certo?

3Gastos

Alguns dos maiores vilões do consumo de bateria desses celulares estão relacionados com a sua necessidade (ou não) de ficarem conectados o tempo todo. Conexão é algo que acaba com a sua bateria, portanto, a menos que você realmente precise ficar conectado o tempo inteiro, uma boa dica é desligar a conexão com a internet (e outras conexões que por ventura sejam desnecessárias) quando não estiver usando. Desligar o Wi Fi e o Bluetooth é algo extremamente rápido e intuitivo na maioria dos aparelhos (é possível por um widget , nativo do sistema, na tela inicial para agilizar isso), enquanto que desligar o 3G pode não ser tão simples quanto um clique na tela. Felizmente existem apps gratuitos que resolvem esse contratempo, como o APN Brasil, por exemplo. Falando em APN, o 3G realmente se destaca como um verdadeiro motor de Opala no seu celular. Se você se identificou com o papo de "precisar ficar conectado o tempo inteiro" ali em cima, pode ser que usar uma conexão 2G não te mate, mas economize sua bateria.

Sim, eu entendo que você quer internet de alta velocidade no seu celular e pagou por isso, mas será que ela é necessária o tempo inteiro? Bem, na maioria dos casos, a resposta é não. Você não precisa de tanta velocidade se vai apenas postar uma bobagem no Twitter, ler seus emails (a menos que eles venham com anexos grandes) ou ver as notícias do dia, pois esse tipo de atividade usa um tráfego realmente pequeno de dados, especialmente se o site em questão tiver uma versão móvel.
É interessante notar também que muitos aplicativos conectam-se automaticamente à internet para atualizar de tempos em tempos (ou podem ficar conectados o tempo inteiro com esse intuito). Obviamente isso vai consumir sua bateria, e convém desligar essa função quando possível. Afinal de contas, é legal que o Widget do Facebook esteja atualizado, mas lembre-se que apenas um clique te separa de olhar o widget na tela, e clicar nele pra abrir o Facebook e atualizar tudo de uma vez. Você pode optar ainda por colocar intervalos de tempo maiores de acordo com a necessidade do aplicativo (configurar o app da previsão do tempo para atualizar apenas uma vez por dia, por exemplo), o que também surte um bom efeito. Isso também vale para a sincronização de dados: Se você gosta de manter seu Gmail e sua agenda no celular sincronizados, e deixar a opção de sincronização ligada permanentemente, pode esperar que sua bateria durará menos do que se você sincronizar apenas quando for necessário (e o mesmo widget que te permite controlar a conexão Wi Fi também serve como atalho para ligar e desligar a sincronização, o que é bem prático).

Jogador oculto


Como estamos falando de conexões, vou aproveitar pra mencionar um fato do qual muita gente não sabe: Sabe aqueles joguinhos e outros aplicativos gratuitos bacaninhas? Bom, uma boa parte deles exibem anúncios com a finalidade (justa) de pagar o salário dos caras que programaram os apps pro nosso conforto. O problema é que esses anúncios gastam muita bateria - em alguns casos, chegam a responder por mais da metade do consumo da bateria daquele app!

Entre as opções nesse caso, você pode comprar a versão paga (quando o aplicativo tiver uma), usar algum app que bloqueie os anúncios (nem sempre funciona) ou simplesmente seguir a primeira dica do texto e desligar suas conexões se não for usar (dica que não funciona, obviamente, em jogos ou outros apps online).

Jogos e aplicativos em geral também são grandes gastões, então falemos um pouco deles.

Jogando no escuro

Além da conexão de dados, existem outros fatores que aumentam o consumo de energia quando você estiver emulando Playstation ou jogando Angry Birds, e alguns deles nós não podemos controlar (pelo menos não oficialmente), como por exemplo, o próprio ato de processar o seu jogo (ou você acha que é moleza pro seu celular rodar um game como GTA III?). Outros nós podemos regular facilmente, e um deles é a luminosidade da tela. Em verdade, essa tela enorme do seu celular é linda, mas tudo tem um preço, e o
preço dela é a energia elétrica da sua bateria. O que fazer? Quando possível, você pode diminuir o brilho da tela. Assim como no caso das conexões, é extremante intuitivo fazê-lo com a ajuda de um widget nativo do sistema (o mesmo das conexões, aliás). Assim, você não precisa ter sua tela brilhando como um farol numa ilha se está usando seu celular a noite, num lugar pouco iluminado. É óbvio que se você estiver usando o celular sob o sol do meio dia, aumentar a luminosidade da tela será de bom grado. Mas como isso é algo extremamente fácil e rápido de fazer, não custa nada diminuir ou aumentar o brilho de acordo com a necessidade.


Outro ponto importante, por mais que seu processador tenha mil núcleos e todas essas coisas que muitos nem sabem pra que servem, não significa que deixar dezenas de aplicativos abertos não fará diferença alguma. Faz. Mesmo aplicativos rolando em background (escondidinhos, como por exemplo o seu próprio antivírus ou até, (ironicamente, aplicativos que prometem diminuir o consumo da sua bateria). Ou seja, quando possível, uma boa idéia é fechar o que não estiver usando. É interessante notar que mesmo que o player de música ou o rádio do celular tenham um consumo baixíssimo, usá-los em conjunto com outro aplicativo também consome mais energia do que usar apenas o aplicativo com o seu próprio som.


Falando em sons, a função vibração do seu celular também consome mais bateria do que a função tocar, isso porque o que faz seu celular vibrar é um motorzinho. A menos que você seja um mega empresário que recebe ligações de 2 em 2 minutos, isso não fará diferença nenhuma pra você, e jamais notará a diferença. Agora, se você usar recursos como a função rumble de algum jogo  (o celular vibra quando você toma um tiro, por exemplo), o consumo provavelmente será bastante expressivo.

Amigo ou inimigo?

Talvez você tenha reparado, mas se não o fez, vou repetir e focar agora: Aquele aplicativo que promete poupar sua bateria pode na verdade ser um grande vilão. Isso por que ele fica rodando o tempo todo, e consumindo energia com isso. Evite-os, até porque, eles não costumam fazer nada que você mesmo não possa fazer com um ou dois cliques na tela. Na verdade, eles tem a mania de fazer coisas que você nem precisaria fazer, pois não surtem efeito prático.

Exemplos? Limpar a sua memória RAM. Eu sei, eu também sou usuário de Windows, e estou acostumado com a idéia de que quando o gerenciador de tarefas indica que você está usando quase toda a memória RAM disponível no seu computador, é melhor fechar alguns processos. Não é bem assim no Android. No robozinho, ter a memória RAM ocupada é (quase) uma coisa legal. Isso porque o celular gerencia sozinho o que está sendo necessário e o que não está, e quando ele precisa de mais, ele fecha automaticamente aquilo que for mais conveniente fechar. No demais, aquilo que estiver ocupando a sua memória RAM provavelmente a estará sendo usado para acelerar ou facilitar o funcionamento dos seus

 aplicativos, o que, em teoria, economizará sua bateria.


Não se esconda

Outro matador silencioso, e talvez um dos maiores, embora subestimado, é o fato de que o seu celular gasta muita bateria procurando sinal. Ou seja, se sua operadora é a Cl... Digo, se o sinal da sua operadora não é das melhores, ou se você mora num lugar onde o sinal não é muito bom (como eu, por exemplo), prepare-se, pois cada vez que seu celular perder o sinal, ele sairá desesperadamente a caça de uma nova conexão e gastarpa muito mais energia nisso do que quando está conectado, quietinho e bonitinho. Se você estiver num lugar onde sabe que ele não vai encontrar sinal nem com reza braba e não tiver nenhum outro tipo de conexão que você possa querer usar (como Wi Fi ou Bluetooth, ou mesmo o próprio rádio FM), uma boa dica é colocar o celular no modo offline (ou modo de avião). Basta segurar o botão de desligar um pouquinho e selecionar essa opção que aparecerá na tela. Não é nada que vá transformar seu celular numa usina nuclear, mas pode surtir efeito dependendo de quanto tempo você ficará nesse bunker.

E finalmente...

Depois de tudo isso, você pode ainda prevenir-se para que a sua bateria não passe a durar ainda menos do que o normal por desleixo. As dicas com relação a isso são simples e bem conhecidas, mas vamos lembrar as mais importantes: Primeiro, não, você não precisa, e NÃO DEVE deixar sua bateria acabar completamente antes de uma nova carga. Aliás, é melhor evitar deixar que a mesma fique abaixo dos 15% com freqüência. Depois, por mais que você seja latino-americano e portanto seja uma pessoa caliente por natureza, evite expor seu celular a temperaturas muito altas. Sua bateria agradece. Obviamente, o mesmo vale pra molhar sua bateria ou expô-la a temperaturas muito baixas (esse negócio de carregar pilhas no congelador, se é que funcionou algum dia, ficou perdido nos anos 90).

E a dica mais óbvia do texto: Quando possível, leve sempre um carregador com você e carregue seu celular assim que tiver a oportunidade, afinal, mesmo com tudo o que foi dito aqui, seu Android ainda vai gastar MUITA bateria. Não se preocupe: Baterias modernas não viciam. Pode carregar quantas vezes quiser, ou puder.

E o texto termina por aqui. Não que eu tenha dito tudo, mas acho melhor terminar de escrever antes que a bateria do meu Android acabe. E você, jovem gafanhoto, tem alguma dica?


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