sábado, 16 de fevereiro de 2019

Seu rosto faz zarparem mil navios

Hoje vou contar pra vocês a história da maior dor de cotovelo que já existiu. Se você tomou um pé na bunda em 2017 mas sua história não envolve a mulher mais bonita e o maior guerreiro do mundo, um príncipe malandro, um rei vacilão e até um cavalo de madeira, vai ver que tá tranquilo. Bom, eu não sei dizer exatamente o quanto há de história nesse exagero, mas como diria o Chicó, não sei, só sei que foi assim:


Como é de se esperar, nossa aventura começa e termina com uma mulher bonita.
Helena era uma mulher bonita. Muito, muito, muito bonita. Rainha Helena era de cair o queixo, e isso porque nem tinha Instagram. Era casada com o Rei Menelau de Esparta.

Um dia, Esparta recebeu a visita diplomática de Páris, filho do rei Príamo de Tróia. E por algum motivo, o rei espartano achou que não tinha problema viajar a negócio e deixar sua esposa gatona sozinha no palácio com o príncipe galã do reino vizinho por alguns dias.

Quando ele voltou, não tinha mais visita. Nem rainha: Helena tinha fugido com Páris!

Aqui na verdade a história se divide em duas interpretações: Os espartanos diziam que Helena havia sido sequestrada. Os troianos diziam que ela tinha fugido por livre e espontânea vontade.

Independente disso, Menelau ficou PUTO, e com a ajuda do seu irmão Agamenon, rei de Micenas, convocou a Grécia toda e enviou nada menos que 1000 navios de guerra e os melhores guerreiros da época, nomes até hoje conhecidos como Aquiles, Ajax, Diomedes e por aí vai, tudo para "resgatar" a rainha "sequestrada". Daqui pra frente, toda a Grécia compra a briga de Esparta, e Tróia passa a se defender como pode.

Encurtando a história de uma guerra gigantesca (mas com uma menção honrosa pra lendária batalha entre os heróis Aquiles e Heitor, que aconteceu em algum momento dessa guerra), 10 anos se passaram e os gregos ainda não haviam superado as defesas troianas.

Foi então que os gregos resolveram fazer as pazes e como prova do fim da treta, deram um enorme cavalo de madeira para os troianos. Essa parte você conhece: Dentro do cavalo haviam milhares de soldados gregos, que atacaram durante a madrugada pegando os troianos de surpresa.

Tróia foi destruída e Helena (que a essa altura já nem estava mais com Páris, que morreu na guerra, e sim com seu terceiro marido, Dêifobo) voltou para os braços de Menelau (putz!) e aqui a história acaba, com uma rainha infeliz, um rei corno e um reino inteiro riscado do mapa pra sempre.

Durante milênios, a maioria dos historiadores tratou a Guerra de Tróia como uma lenda, e pensava-se que a própria cidade-estado de Tróia era folclore. Tudo isso mudou quando se descobriu as ruínas de Tróia no século XIX (e também de Micenas) e agora... Agora ninguém sabe mais nada. A cidade existia e foi destruída, mas se essa guerra da história que conhecemos realmente aconteceu, é algo que nunca saberemos.

Entretanto, a história ficou tão famosa que mais ou menos 5 mil anos se passaram e ainda usamos no dia a dia frases e expressões que surgiram no relato da Guerra de Tróia:

Entre outras temos "Calcanhar de Aquiles"; "Presente de Grego"; e a minha favorita, que inclusive foi a que me fez lembrar dessa história hoje: "Seu rosto faz zarparem mil navios"

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