terça-feira, 13 de julho de 2010

Vlad III: O Verdadeiro Drácula

Existe algo mais na moda hoje em dia do que vampiros? Acho difícil. A popularização desses elegantes seres da noite tomou de assalto os livros, as telas do cinema, os games e todas as mídias possíveis de um tempo para cá. Mas são vampiros estranhos. São vampiros carismáticos, bonitos, heróis (ou não), que seguem as tendencias da moda e provocam gritinhos histéricos de adolescentes ao redor do mundo. Resumindo, vampiros metrossexuais. Completamente diferente da idéia original do que é ser um vampiro.

  Já que vampiros são, por essência, vilões. Bram Stocker, o escritor do lendário livro “Drácula” de 1897, deve estar se revirando na tumba. Mas, muito mais do que ele, quem deve estar envergonhado com o atual panorama dos vampiros é ninguém mais, ninguém menos, que o Príncipe Vlad III. Também conhecido como Vlad, o Empalador. Porém, imortalizado pelo seu outro apelido. Drácula. Sim amigos. Drácula em pessoa. Ele existiu, serviu de inspiração para o personagem da ficção, e talvez tenha sido ainda mais terrível do que o vampiro que todos conhecemos do cinema.

  Não acredita? Então venha comigo nessa viagem até a Transilvânia do século 15. Vamos conhecer o verdadeiro Conde Drácula...

O Filho do Dragão

  Vlad III, filho de Vlad II (tá, parece meio óbvio), foi príncipe da Valáquia, uma região situada onde hoje é a Romênia. Grande general, é tido até hoje como herói naquelas bandas, devido a algumas vitórias que foram de suma importância para o seu povo. Foi ainda um defensor férreo do catolicismo, tendo esse sendo um fator que lhe rendeu muitos inimigos, já que os países vizinhos eram todos predominantemente muçulmanos. Tá ok, mas convenhamos que esse blá-blá-blá histórico pra gente pouco importa, certo? Por que ele veio a se tornar Drácula, afinal?

  Primeiro vamos entender de onde veio o nome Drácula. O pai de Vlad, em determinado momento da sua vida, entrou para uma espécie de ramificação da igreja chamada “Ordem do Dragão”. Logo ganhou o apelido de dragão. Ou “Dracul”, no idioma local. “Drácula” significa nada mais nada menos do que “O filho do Dragão”, como ele era conhecido.

  Além desse, Vlad ganhou um outro apelido, esse mais usado em sua época. Vlad Tepes. Que pode ser traduzido como Vlad, o empalador. Um apelido bem justificável, devido ao gosto de Vlad por matar seus prisioneiros dessa forma. Não sabe o que é um empalamento? Acredite, não é uma morte rápida, muito menos indolor. Clique aqui para saber, mas não diga que eu não avisei.

  Vlad era um assíduo adepto dessa prática, mas ele o fazia com estilo. Ele gostava de preparar um banquete ao ar livre, diante do jardim onde ocorriam os empalamentos. Lá ele podia ouvir os gritos das vítimas agonizantes, assistir ao show, enquanto degustava da sua comida.
  Dizem, aliás, que esse jardim chegou a ficar tão grande, que houve quem se perdeu no meio da “floresta” de pessoas empaladas diante do castelo de Vlad.

  Vlad era um cara muito sarcástico (além de possivelmente louco). Relatos dão conta inclusive, que ele gostava de comer o seu pão umidecido com um molho bem peculiar: O sangue dos seus inimigos. Por que será que não é surpresa saber que ele gostava de sangue? É, a fama de Drácula é bem justificada.

  Também não foram raras as vezes que ele jantou com seus inimigos antes de matá-los. Em uma, numa sala lotada de convidados, todos jantaram bem, até o momento que Vlad escolheu alguns presentes e os chamou para fora da sala. A sala foi trancada sem que percebessem, incendiada, e os que lá permaceram morreram queimados.
  Os que foram retirados, foram usados como escravos e até tiveram que lutar em uma guerra. E os que ele viu que não morreriam, nem na guerra, e nem vítimas dos maus tratos, foram empalados depois de um tempo. Simples assim.


  Outra curiosidade é acerca de mais uma característica famosa de Drácula: A imortalidade. Vlad (provavelmente...) não era imortal, porém, ele enganava bem. Muito bem. Existem duas formas de explicar como ele ganhou essa fama: A primeira, foi quando seu pai, Vlad II, perdeu o trono numa batalha, onde acabou morrendo. 3 anos depois, Vlad III retornou triunfante e tomou o reino de volta. A população acabou se confundindo nos nomes, e muitos acabaram pensando que Vlad III era apenas o seu pai, que havia retornado dos mortos.
  A segunda é um pouco mais estranha. Certa vez em combate, Vlad foi ferido mortalmente na cabeça, ficando em coma. Desesperados, seus comandados bateram em retirada, levando seu mestre consigo. Contudo, antes de terem sequer tempo de chegar de novo à cidade, Vlad já estava completa e inexplicavelmente recuperado, e ordenou que voltassem todos a batalha, que eles acabaram vencendo.

  Vlad ainda, por mais estranho que pareça, desejava se tornar santo. Chegou a matar um monge que disse que ele jamais seria canonizado...

  Não que ele não tivesse um senso de justiça forte, embora duvidoso. Vlad era extremamente rigoroso com as leis, e com ele bandido não tinha vez. Era morte certa. Até delitos mais leves eram punidos de forma rigorosa. Nem atitudes que iam contra os costumes da época eram perdoadas. Certa vez, Vlad viu um camponês mal vestido, e perguntou a ele se sua mulher tinha boa saúde. O camponês respondeu que sim. Vlad então mandou que cortassem as duas mãos da mulher, já que se elas não serviam sequer para cuidar do marido, não deveriam mesmo servir para nada...

  Outro exemplo famoso é o caso de dois muçulmanos, mensageiros de um pais vizinho, que foram a corte de Vlad. Lá, receberam a ordem de tirar os turbantes (aqueles chapeis que os muçulmanos usam, sabe?). Eles se recusaram. Vlad então ordenou que pregassem os turbantes na cabeça dos mensageiros. E assim foi feito.

  O castelo de Vlad III, o Drácula, se encontra até hoje no seu local, uma região conhecida como Transilvânia. O local está bem conservado, e no castelo encontra-se a tumba de Drácula. Curiosamente, a tumba encontra-se aberta. Mais curioso ainda, é o fato de que ninguém sabe o paradeiro do corpo. Eu hein...

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