A famosa história
criada em 1862 e lançada em forma de livro em 1865 entretanto
já passou pelo cinema incríveis 22 vezes.
Também já cansou de ser contada em quadrinhos, livros,
desenhos e qualquer outra mídia que permita contar uma
história, fazendo de Alice um dos ícones infantis mais
conhecidos ao redor do mundo. Ou quase. Quase, porque pouca gente
sabe, mas Alice realmente existiu. E é ela que você
conhecerá a seguir...
Uma história
improvisada.
Alice Pleasance
Lidell jamais foi para um mundo mágico, estabeleceu um diálogo
com animais ou foi ameaçada por uma rainha com o transtorno do
narcisismo situacional adquirido (ou seja, uma rainha cujo poder
subiu a cabeça). Pelo menos não na vida real (é
o que ela diz né...)
A história que
fez de Alice famosa surgiu meio que no acaso. A menina, então
com 10 anos, passeava de barco pelo rio Tâmisa com seu pai,
Henry George Lidell, o vice-chanceler da Christ Church (que viria a
se tornar a Faculdade de Oxford), suas duas irmãs (Lorina
Charlotte e Edith Mary) e o professor de matemática Charles
Lutwidge Dodson (que viria a ficar famoso pelo seu pseudônimo
Lewis Carrol).
Em determinado ponto do
passeio, Charles (que nutria um carinho gigantesco por Alice –
existem até comentários, maldosos e jamais confirmados,
que sugerem que ele fosse pedófilo...) resolveu contar uma
história para entreter as crianças, e colocou Alice no
papel principal. Logo, o pai de Alice também começou a
ajudar a inventar a história que estava sendo criada de
improviso... E assim surgiu o conto que viria a imortalizar Alice. Ou
quase...
Da esquerda para a direita: Edith, Lorina e Alice |
Lavou, tá
novo...
Ao terminar a
história, todos notaram que ela tinha ficado boa demais para
morrer ali. Inclusive Alice. E isso motivou Charles a providenciar
uma versão manuscrita da história para presentear a
menina. Entretanto, não ficou só nisso.
Os amigos de Charles
começaram a pressioná-lo para que ele publicasse um
livro baseado na história. Charles então trabalhou um
pouco mais nela, adicionando mais detalhes e alguns acontecimentos
novos. 3 anos depois da história ser inventada quase que por
acaso, o livro foi lançado, contando a história que
conhecemos hoje. Ou não...
Adaptações
e inspirações...
Anos mais tarde.
Charles ainda publicaria uma sequência, Alice no Outro Lado do
Espelho. É engraçado notar que hoje em dia muitas vezes
confunde-se, ou até une-se, os personagens de uma história
com a outra, fazendo com que muita gente de fato não saiba
diferenciar
Outra curiosidade é
que, embora apenas Alice apareça realmente interpretando a si
mesma na história, muitos dos elementos presentes foram
inspirados em pessoas e situações que estavam presentes
em sua vida. O Buraco do Coelho onde ela caiu, por exemplo, foi
inspirado nas escadas no salão principal de uma igreja local.
O pássaro Dodo é uma caricatura do próprio
Charles (ele era gago, e quando se apresentava, frequentemente dizia
algo como “Do...Do.. Dodson”, daí surgiu a paródia).
Arara era uma personificação da irmã de Alice,
Lorine. Aguieta é inspirada na outra irmã, Edith. E o
mais curioso: O Rei e a Rainha de Copas são paródias,
respectivamente, do pai e da mãe de Alice...
A quase princesa.
Voltando a falar de
Alice passou a sua vida divulgando as histórias (de boba não
tinha nada...). Chegou a ter um namorico rápido com o Principe
Leopoldo em 1872 durante seus anos na faculdade, mas casou-se com
Reginald Hargreaves. Ela usou um broche que ganhou do Príncipe
Leopoldo durante o casamento. (Dodson não compareceu a
cerimônia, limitando-se a enviar um presente). Teve três
filhos, sendo que um deles ela batizou de Leopoldo, e o príncipe,
por sua vez, batizou uma de suas filhas como Alice...
Alice ainda vendeu em
1915 o manuscrito original, que Dodson havia lhe presenteado depois
de criar a história junto com seu pai, por £15,400, um
belo preço considerando que o documento se tratava de um
manuscrito... Ela ainda viajou aos EUA em 1932, ano do centenário
do nascimento de Charles Dodson, onde recebeu o Doutorado de Honra da
Literatura. Ela faleceu em 1934 aos 82 anos. O manuscrito original
foi mais tarde doado a British Library, onde permanece até
hoje. Mais um caso de pessoa, como o Papai Noel, que ficou menos
famosa do que o personagem que inspirou...
Nossa, quando li achei que fosse mentira, mas ela realmente existiu! O.O
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