sábado, 29 de janeiro de 2011

Os Maiores Pesadelos de Ontem e de Hoje


  A vida hoje em dia não é fácil. Você sai de casa e não sabe se vai voltar. Mas isso não é, nem de longe, uma exclusividade dos tempos modernos. Praticamente desde que a vida é vida, todo mundo já tinha que se preocupar com o cara grande, feio e mal que pode encontrar andando por ai.

Para a nossa sorte (ou não), os bullies (bullying é uma palavra que está na moda hoje em dia) que encontramos ao longo das nossas vidas são, via de regra, da nossa própria espécie. Pense em como seria muito pior se fosse diferente: Frases como “Por favor, eu tenho esposa e dois filhos!” não teriam a menor chance de funcionar, uma vez que o sujeito não sabe falar sua língua, sequer tem um cérebro que se desenvolveu como o seu...

É por esse sufoco que as outras espécies passam: O jeito então é correr, lutar, se esconder, ou fazer o que pode pra não virar o prato principal. Desde as espécies atuais, até as pré-históricas, todas enfrentam ou tem que enfrentar mais ou menos os mesmos perigos. Aliás, guardadas as devidas proporções de tamanhos e hábitos, os valentões que um dinossauro enfrentava agiam praticamente igual aos que um animal atual enfrenta.

Exercendo nosso papel de espécie (supostamente) dominante, vamos aproveitar que a evolução nos permitiu chegar a um ponto em que podemos simplesmente conversar sobre isso na segurança de nossos lares, e ver algumas comparações entre os bicho-papões do passado e do presente?


Tiranossauro-Rex x Onça Pintada

Esses são dois caras que definitivamente nasceram para ser os pontos altos do show, seja lá qual for o show. Enquanto o T-Rex mexeu com a imaginação de milhões de pessoas, estrelou inúmeros filmes, games e até livros (com sua fama atingindo o ápice na série “Jurassic Park”), a Onça não se contenta em ser uma estrela pop e ataca como divindade: Era considerada sagrada em praticamente todas as civilizações da América Pré-Colombiana.

Agora, pedir um autógrafo a qualquer um deles é algo que seus vizinhos jamais se atreveriam a fazer: Quando eles dão as caras, em geral, é a ultima coisa que o “felizardo” tem a honra de ver na sua vida... Aliás, muitas vezes, ele nem sequer chega a ver o que aconteceu.

Tanto o T-Rex quanto a Onça representam o topo da cadeia alimentar. Eles são grandes, fortes e assustadores demais para terem inimigos naturais. Aliás, os outros carnívoros do pedaço é que tem medo deles: Um descuido e eles podem fazer parte do cardápio também. Muito se falou durante a década passada se o Tiranossauro seria carniceiro, no entanto, estudos recentes mostraram que o animal era sim um grande caçador (embora provavelmente não dispensasse uma carnezinha fácil que encontrasse por acaso). Como seu corpo certamente não foi feito para grandes perseguições ou lutas, seu estilo provavelmente era o mesmo que o da Onça: Esperar quietinho, escondido, preparar uma emboscada, e quando a vítima menos espera, um ataque poderoso aproveitando-se da força absurda de suas mandíbulas para não dar a menor chance para a vítima. Uma morte rápida e totalmente inevitável.


Deinonico x Lobo Cinzento

E lá está você. Tudo que você consegue é ouvir a respiração deles. Você consegue sentir o cheiro deles. Sabe que estão lá. Mas não consegue ver. Você sofreu um único ferimento profundo, que não é capaz de te matar instantaneamente, mas que está drenando aos poucos o seu sangue, e a sua vida. Sua visão está cada vez mais embaçada. Suas pernas não aguentam mais correr, sequer andar. Você cai, sem forças sequer para refletir sobre como foi parar nessa situação. Apenas espera que aquilo acabe logo... E, antes mesmo de perder a consciência, já percebe que virou o jantar dos seus inimigos, que, famintos, não aguentaram sequer esperar que você morresse...

O cenário não é dos mais agradáveis, mas é assim que se sente uma vítima do Lobo Cinzento atual. E era assim que se sentia uma vítima do Deinonico. A estratégia de ambos era essa: Armar uma emboscada para a presa, aproveitar-se da vantagem numérica, feri-la gravemente e aguardar que ela não tenha mais força para se defender. Uma estratégia inteligente, cautelosa e que evita ferimentos e baixas no grupo de predadores.

O Deinonico, cujo nome significa “Garra Terrível”, foi um dinossauro não tão grande que viveu no cretáceo. Tinha cerca de 3 metros de comprimento, era bípede e pesava 75 quilos, ou seja, não era nenhum peso-pesado na época. Entretanto, com essa estratégia, eles podiam abater animais absurdamente maiores do que eles. A tática do trabalho de equipe exigia que fossem inteligentes e coordenados, mas lhes garantia muita comida, com muito menos esforço. Uma idéia muito boa, em que os lobos são os mestres hoje em dia...

Pliossauro x Tubarão Branco

Sua mãe provavelmente já te repreendeu quando reparou que você não mastigava a comida direito. Mas e se sua mordida fosse capaz de partir ao meio um coco ou a perna de um boi como se fossem uma inocente maria-mole? Provavelmente ela te repreenderia também, mas você pelo menos você teria que mastigar menos para ela parar de reclamar...

O exemplo acima pode até ter deixado a desejar, mas a mordida do tubarão branco definitivamente não deixa. É a mordida mais poderosa da atualidade. Basicamente, qualquer coisa que nade pode se tornar o aperitivo para esse insaciável caçador marinho. Embora ele goste mesmo é de comer animais gordurosos, como focas e leões marinhos, que constituem a maior parte de sua dieta, se o tubarão desejasse ele poderia muito bem se dar ao luxo de comer qualquer outra coisa que desse mole. Ou nem tão mole assim, já que pra ele não faria diferença.

O mesmo fazia o Pliossauro, um réptil marinho contemporâneo dos dinossauros, e também dos tubarões mais antigos, que podia muito bem adotar um lema do tipo “quem tem fome, come até pedra”. Até porque, quando a sua boca tem 4 vezes o tamanho e a potência das mandibulas do tiranossauro-rex, e você tem dentes tão afiados quanto, porém, muito mais numerosos, morder as pedras mais resistentes deve ser como morder um desses chocolates crocantes.
Não que ele precisasse comer pedras, uma vez que, tal como o tubarão, o oceano era o seu banquete. Bastava a ele escolher sua vitima e persegui-la, com suas nadadeiras fortes e seu corpo hidrodinâmico. A abordagem é feita por baixo, e o ataque, surpresa, significa game over: Uma mordida e sua presa está ferida demais para se salvar. A mordida é tão forte, que o pobre coitado não tem a mínima chance de fugir. O predador apenas segura e espera até que a vítima morra com a hemorragia. E depois se delicia...

Sinornithosauro x Cobras

Olhando a primeira vista, esses dois não tem muito em comum: Enquanto o Sinornithosauro era bem pequeno, bípede e ágil, além de possivelmente emplumado, as cobras sequer tem pernas. Esses animais chegaram a viver ao mesmo tempo, sendo que hoje a linhagem evolutiva das cobras ainda esta por ai,, enquanto que a linhagem do Sinornithosauro, assim como a dos seus parentes raptores, seguiu outro rumo, mudou bastante e se tornaram as aves, mas isso é assunto pra outra hora...

Mas o que eles tinham em comum, afinal? Ambos confiam no seu veneno para matar suas presas. E não necessariamente para matá-la na hora, envenenada. Analisando semelhanças na estrutura do crânio, conclui-se que o veneno do Sinornithosauro provavelmente funcionava como o veneno de espécies de cobras como a Cobra D'agua: O veneno não era potente o bastante para matar a vítima, no entanto, podia deixá-la paralisada, e então bastava ao Sinornithosauro se servir, quase contrariando o ditado que diz que Deus não dá asas a cobras...  

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